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Tenho uma boa história para contar...

“Imagine um riacho descendo do alto da montanha. Ele é muito jovem e quer correr. Seu objetivo é o oceano. Quer chegar lá tão rápido quanto possível. Quando alcança as planícies e o campo, fica mais lento. Se torna um rio. Fluindo lentamente, começa a refletir as nuvens e o céu. Há muitos tipos de nuvens, com diferentes formas e cores, e o rio passa todo o tempo as perseguindo, uma depois da outra. Mas as nuvens não ficam paradas. Elas vêm e vão. O rio chora muito, porque nenhuma das nuvens fica com ele para sempre. As coisas são impermanentes. Ele sofre devido a sua atitude e comportamento.

Um dia um vento forte limpou todas as nuvens e o céu ficou extremamente azul. Não havia absolutamente nuvens. O rio pensou que a vida não valia a pena ser vivida mais. Ele não sabia como desfrutar do céu azul. Ele o via como vazio, e sentia que a vida não tinha significado. Esta noite ele quis se matar. Como pode um rio se matar? De alguém não é possível se tornar ninguém. De algo não é possível se tornar nada. Durante aquela noite ele chorou muito. Este é o som da água batendo nas margens. Esta foi a primeira vez que ele voltou-se para si mesmo.

Até agora, ele tinha apenas corrido para fora de si mesmo. Ele pensava que a felicidade estava fora, não dentro. A primeira vez que voltou a si mesmo e ouviu o som de suas lágrimas, ele descobriu algo. Ele não sabia que um rio era feito de elementos não-rio. Ele estava perseguindo nuvens, pensando que não poderia ser feliz sem elas, e não percebeu que ele era feito de nuvens. O que ele estava procurando já estava dentro dele. Felicidade é assim. Se você sabe como voltar ao aqui e agora e perceber os elementos de sua felicidade que já estão disponíveis, não precisa mais correr.

De repente o rio percebeu que havia algo refletido nele: o céu azul. Ele vê o quão pacífico, sólido, livre e bonito o céu é. Ele não tinha percebido antes. Ele sabe que sua felicidade deveria ser feita de solidez, liberdade e espaço. Ele é preenchido de felicidade porque pela primeira vez soube como refletir o céu. Antes, ele havia somente refletido as nuvens e ignorado completamente o céu. Esta foi uma noite de transformações profundas. Todas as lágrimas e sofrimento foram transformados em alegria, solidez e liberdade.

Na manhã seguinte não havia vento. As nuvens retornaram. Agora ele as reflete sem apego com equanimidade. Ele diz “Oi” cada vez que uma nuvem aparece. Quando a nuvem se vai, ele não fica triste. Ele achou a liberdade. Ele sabe que a liberdade é a fundação da sua felicidade. Ele aprendeu a parar e não correr mais. Naquela noite algo maravilhoso se revelou. A imagem da lua cheia foi refletida. Ele está muito feliz dando as mãos para as nuvens e a lua, praticando meditação caminhando para o oceano. Cada passo, feito em conjunto com as nuvens e a lua traz ao rio muita felicidade.

Cada um de nós é um rio. Começamos como um regato descendo do alto da montanha, querendo correr o mais rápido possível. Então aprendemos como ficar mais lentos um pouco, e começamos a perseguir objetos de nosso desejo. Sofremos. Às vezes sofremos tanto que não queremos nem mais existir. Então temos a chance de voltarmos para nós mesmos e refletir profundamente. Percebemos que o objeto de nosso desejo é a causa de nosso desespero e das nossas aflições. Todos os elementos da felicidade estão disponíveis no aqui e agora. Temos tudo que precisamos. De repente conseguimos o tipo de liberdade que nunca tivemos e somos capazes de viver cada momento de nossa vida diária profundamente. Como nos tornamos um rio feliz, podemos ajudar muitos rios a nossa volta a se tornarem felizes também.”


Recebi esta mensagem por e-mail, cujo autor desconheço, de uma amiga querida. A mensagem veio (quando li) em boa hora e gostaria de compartilhar agora isso com vocês.

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